Engajamento do setor privado no planejamento é essencial para minimizar gargalos em infraestrutura

Um dos principais desafios para aumentar os investimentos em infraestrutura e superar gargalos é ampliar a capacidade de planejamento do setor público, para que haja uma regularidade na oferta de projetos no mercado para concessões, parcerias público-privadas ou os realizados por investimento público.

O BNDES fez um recente diagnóstico sobre o tema de planejamento e apurou que há 74 planos setoriais no país, como educação, saúde, transportes, energia, mas eles não conversam entre si, destacou o diretor de governo e infraestrutura do banco, Marcos Ferrari. "As premissas que eles usam são diferentes entre si, o plano de moradias usa premissas diferentes das usadas no de transportes, o que mostra a falta de coordenação que perdura há mais de duas décadas", apontou Ferrari.

O diretor do BNDES disse que em breve o Ministério do Planejamento deverá lançar uma consulta pública de estratégia de desenvolvimento nacional que busque concatenar o maior número de partes possíveis. "Resgatamos a capacidade de planejar e queremos aprimorar ainda mais porque a demanda do setor de infraestrutura é muito grande", disse. O presidente da Roland Berger no Brasil, Antonio Bernardo, destacou que o país deveria investir 5% ao ano, ou cerca de R$ 300 bilhões anuais, mas está aplicando pouco mais da metade. "Há uma defasagem de R$ 130 bilhões por ano, e muitas obras atrasam e têm custos elevados, o que mostra a relevância do planejamento", afirmou Bernardo. 

O secretário de articulação do PPI, Marco Aurélio Barcelos, destacou que o engajamento do setor privado no planejamento é essencial. O Plano Nacional de Logística, com previsões de demanda até 2025 na área de transportes, teve sua consulta pública recentemente, com 500 contribuições. O Plano será aprovado em junho, no PPI. "Queremos não apenas convidar a iniciativa privada para participar mais ativamente, mas convocar os empresários."

A demanda elevada traz o interesse do setor privado. O Canadian Pension Fund, um dos dez maiores fundos de pensão do mundo, com US$ 30 bilhões em investimentos em infraestrutura no mundo, tem investido no país, com destaque para a área de energia renovável. "O Brasil tem escala e tem alta demanda, mas tem uma complexidade regulatória e jurídica muito elevada, o que poderia ser simplificado", disse Ricardo Szlejf, chefe de infraestrutura do fundo para a América Latina.


Fonte: Governo do Brasil

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