Investidor estrangeiro vê Brasil a longo prazo

Incentivados por melhorias no ambiente regulatório e pelas perspectivas de longo prazo, os investidores estrangeiros estão cada vez mais interessados nas oportunidades oferecidas pelo Brasil. Para o secretário de Assuntos Internacionais, Jorge Saba Arbache Filho, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, “hoje os estrangeiros estão mais destemidos com o Brasil e olham o governo como quem admite os problemas e trabalha para resolvê-los”.

Nos últimos 24 meses, o governo federal iniciou uma ampla agenda de reformas estruturais para recompor a estabilidade econômica do país e recuperar a confiança dos investidores.  O intenso diálogo com o Congresso Nacional possibilitou a aprovação de várias medidas, como a reforma trabalhista, que reduziu os riscos e os custos para os empresários no país; fez as mudanças regulatórias reivindicadas por empresas dos setores de energia e petróleo e realizou uma série de reformas microeconômicas. Como consequência, o desempenho da economia iniciou um ciclo virtuoso, partindo de um crescimento de 1% em 2017 para uma expansão de 3% neste ano, de acordo com projeção do Ministério da Fazenda.

“O investidor está pedindo razões para investir no Brasil, o retorno é muito alto”, afirma Arbache. Nem mesmo a realização de eleições presidenciais em 2018, que em anos anteriores poderia causar apreensão e represar investimentos, tem afastado os investidores, segundo o secretário. Ele conta que a maioria das empresas chinesas, por exemplo, chegaram ao país a partir de 2010, quando a economia estava em alta e acabaram perdendo dinheiro com o recuo ocorrido em 2012.
“É preciso ter paciência, visão a longo prazo, perguntem [às outras empresas estrangeiras no Brasil] se alguém quer ir embora. Ninguém quer”, destaca.

No caso da China, para se ter uma ideia, ao longo de 2017 e nos dois primeiros meses de 2018 foram confirmados dois projetos no setor agropecuário (que concentraram mais de US$ 1,3 bilhão); dois projetos na área de telecomunicações; um em logística de transportes (TCP - US$ 925 milhões), outro em atividades imobiliárias (valor não divulgado) e um projeto dedicado a serviços de TI (aquisição da 99 Taxis pela DiDi Changing).

Em constante diálogo com investidores do mundo todo, Arbache avalia que a grande maioria das empresas estrangeiras presentes no Brasil mudou sua visão sobre o país. “Eles não estão preocupados com eleições, porque estão vendo tudo a longo prazo”, conta. O secretário avalia que o imenso e diversificado mercado potencial no Brasil tem atraído cada vez mais variados investidores.

Ampliando as oportunidades

As inúmeras oportunidades de investimento no Brasil ganharão destaque no Fórum de Investimentos Brasil 2018, evento que ocorrerá em 29 e 30 de maio em São Paulo, para um público de investidores de várias partes do mundo. Depois do sucesso da edição realizada no ano passado, o governo federal ampliou as possibilidades de negócios que serão apresentadas aos estrangeiros, no formato de 12 painéis como o novo ambiente regulatório, infraestrutura, financiamento para investimentos, economia verde, agronegócios, e-commerce, startups e inovação, entre outros, além de sete sessões paralelas, que abrangem também temas diversificados, como parcerias estratégicas no setor de defesa e competitividade industrial,

“Tiramos um pouco o foco do convencional. Também vamos ter estandes com empresas da cadeia de desenvolvimento, como advogados, contadores, auditores, consultores, bancos de investimento e agências de risco”, diz Arbache. A proposta, concretizada no espaço “market place” dará oportunidade ao investidor estrangeiro de obter informações técnicas de como investir no Brasil, incluindo, por exemplo, esclarecer dúvidas sobre abertura de empresas, estrutura jurídica e fiscal, obter financiamentos, a fim de facilitar a concretização de negócios.

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