Além de atuar na melhoria da infraestrutura com o programa Avançar Parcerias, o Governo do Brasil prepara o Plano Nacional de Logística (PNL) para estruturar a movimentação de cargas no País e reduzir os gargalos do setor de transportes até 2025. A proposta é equilibrar a matriz do sistema, hoje concentrada nas rodovias, de forma a cortar gastos e a emissão de poluentes, contribuindo para diminuir o custo Brasil e formar uma economia de baixo carbono. Estudos indicam que, com o planejamento do setor, o País vai economizar R$ 54,7 bilhões ao ano apenas com transporte.
Elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o PNL é um importante instrumento de planejamento estratégico, que vai aumentar a eficiência do sistema de transporte brasileiro e, consequentemente, da competitividade do País. A carteira de projetos incluídos no plano vai permitir que os investidores nacionais e estrangeiros avaliem potenciais oportunidades de negócio, diminuindo a percepção de risco e contribuindo para o incremento do fluxo de capital no setor de infraestrutura de transportes.
Com o PNL, o Governo do Brasil retoma o planejamento de transportes, considerando todos os modais - rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário - e estabelece um novo ciclo de crescimento. "É um plano para o Estado brasileiro, um plano dinâmico que vai dar previsibilidade ao investidor", argumenta o secretário especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos, Adalberto de Vasconcelos. Entre março e abril deste ano, o PNL foi submetido à consulta pública. Nesse período a página (http://www.epl.gov.br/consulta-publica-n-1-2018) recebeu 4.320 acessos, que resultaram em 434 sugestões, sob análise para publicação do relatório final.
Pensando no futuro
Pelo plano, 50% da movimentação de cargas no Brasil serão feitas por rodovias em 2025; 31% por ferrovias e 15% pelo sistema aquaviário (hidrovias e cabotagem). Os demais 4% serão por dutos. Atualmente, o sistema rodoviário responde por 65% do transporte de cargas no Brasil e o modal ferroviário por somente 15%. O sistema aquaviário fica com uma fatia de 16% e o dutoviário, 4%.
Para Vasconcelos, o sistema de transportes brasileiros está mal estruturado, uma vez que privilegia o modal rodoviário, em detrimento do ferroviário - o mais indicado para levar a produção no caso de grandes distâncias. “O transporte de carga acima de 400 quilômetros é por ferrovia. O Brasil tem dimensão continental, mas 65% da carga é transportada por rodovia. Todos os projetos do PPI hoje, junto com os projetos do Avançar, vão fazer com que, em 2025, o modal rodoviário caia para 50% e o ferroviário alcance 31%”, afirma.
Meio ambiente
Segundo o estudo da EPL, a mudança na matriz do setor de transportes representará uma redução de 19,1 milhões de toneladas nas emissões de gás carbônico. Ou seja, um corte de 14,3% do total atualmente emitido ao ano. “Quando você tira o caminhão carregado da rodovia, deixa de poluir e de tirar vidas. O caminhão foi feito para fazer transporte de ponta”, argumenta Vasconcelos.
A implantação total do PNL vai impactar na eficiência do sistema de logística brasileiro, melhorando o atendimento ao usuário, e também na geração de empregos. Estudos apontam que a adoção da carteira de projetos previstos no plano vai gerar 117 mil empregos diretos, mais 239 mil relativos aos projetos do PPI e do Programa Avançar, na área de transportes.