Durante o Fórum de Investimentos Brasil (FIB 2018), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai apresentar um portfólio de projetos do setor rural com potencial para atrair mais de US$ 4 bilhões em capital externo. São 56 empreendimentos grandes, pequenos e médios das cinco regiões brasileiras em diversas áreas da agropecuária – desde a produção vegetal e animal, passando pela infraestrutura, até a logística do campo.

Além da participação do ministro Blairo Maggi no painel “Alimentando o Mundo: Agenda do Agronegócio”, o Mapa terá um estande no FIB, onde a carteira de empreendimentos estará disponível para avaliação. O portfólio tem projetos privados de avicultura, logística, celulose, frigoríficos, usinas, portos, pescado, reflorestamento, entre outros setores. Foram selecionados pelo Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Mapa, e boa parte tem apoio dos mecanismos estaduais de fomento à agropecuária.

O Ministério da Agricultura tem adotado essa estratégia para divulgar no exterior as oportunidades de negócios no Brasil e vem colhendo resultados positivos. Um exemplo é o investimento dos Emirados Árabes Unidos na ampliação de um frigorífico, que pode chegar a US$ 300 milhões ao final de cinco anos. “Não adianta chegar e falar para o investidor que o Brasil é muito bom, muito bonito e produz muito bem. Você tem de ter um projeto de qualidade”, argumenta o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Silva.

Entre os empreendimentos estão, por exemplo, produção de peixes em Rondônia, portos para escoamento da safra no Maranhão e produção de suínos, aves e peixes no Acre. Neste último caso, um dos projetos envolve a cadeia do pirarucu – peixe típico da Amazônia –, desde a produção de alevinos até o frigorífico, incluindo o tratamento do couro para produção de bolsas e calçados.

Segundo o secretário, o Brasil precisa evoluir no setor de pescados para incrementar as exportações agropecuárias. “A exportação de peixes e produtos da pesca no mundo movimenta cerca de US$ 160 bilhões, e o Brasil participa com 0,2% desse mercado. A gente tem como crescer muito nessa área”, afirma.

Marca e Rastreabilidade

Em outra frente, o Mapa vai lançar, até o fim deste ano, o programa “O Melhor do Agro Brasileiro”, visando construir uma imagem positiva das exportações agropecuárias brasileiras. Inicialmente, produtos como café, grãos, suco de laranja e carnes contarão com uma marca, criada a partir da bandeira do Brasil. Além disso, códigos serão impressos nas embalagens que permitirão aos consumidores acessar informações detalhadas sobre os itens que adquiriram.  

A ideia, conta Odilson Silva, é que o consumidor conheça o passo a passo da produção. “Quem comprar um produto brasileiro vai pôr aquele código no smartphone e será direcionado para um site, que vai contar a história do produto: como aquele café foi produzido, como é o sistema de produção, toda a parte de sustentabilidade”, explica.

A iniciativa será lançada em parceria com as entidades representativas do agronegócio brasileiro. Ainda neste semestre, o Mapa comandará uma reunião com essas entidades para debater o regulamento e o termo de adesão ao programa. “A gente espera, com essa marca, ter mais reconhecimento da sustentabilidade do agro brasileiro no mundo afora”, afirma o secretário.