Governo tem carteira de R$ 70 bilhões para licitar em transportes

Um conjunto de projetos com investimentos estimados em R$ 70 bilhões na área de transportes deverá ter seus editais ou consultas públicas lançados nos próximos meses, segundo o ministro dos Transportes, Valter Casimiro Silveira. Os destaques são projetos ferroviários, como as concessões da ferrovia Norte-Sul e da ferrovia de Integração Leste-Oeste, e a renovação de cinco contratos de concessionárias que serão prorrogados em contrapartida a investimentos de R$ 16 bilhões na malha. Isso poderá melhorar o escoamento das cargas e reduzir a dependência de rodovias. 

O ministro também destacou que estão sendo realizados estudos para a concessão da manutenção da malha rodoviária federal. “Seriam concessões por um tempo mais curto e menos exigências do que as tradicionais”, disse. 

 


O presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), Venilton Tadini, destacou que a participação privada é essencial para o País voltar a investir 5% do PIB no setor, como fazia na década de 1970. Hoje investe cerca de 2%. “Os projetos têm de ter melhor qualidade, mas precisamos tratar do câmbio para assegurar o investimento externo e para fortalecer a indústria.”

Para o vice-presidente do BID, Alexandre Rosa, o Brasil enfrenta dois grandes problemas: a baixa capacidade de estruturar bons projetos e a interferência de órgãos de controle. “O planejamento se perdeu no Brasil e na região por conta das crises desde os anos 1980.” Apesar dos percalços, os investidores estão observando oportunidades. O Patria investimentos tem US$ 4 bilhões em ativos em infraestrutura no Brasil, em especial nas áreas de logística e energia. “Não vejo restrição de capital se houver bons projetos e bom retorno”, disse Felipe Pinto, sócio do Patria.

A Seaborn, que atua no desenvolvimento de redes de fibras óticas, investiu recentemente em uma conexão entre o Brasil e Nova York. Deverá investir em uma nova conexão no país, dessa vez interligando Brasil e Argentina. “A demanda por conexão será cada vez maior no mundo”, disse Larry Schwartz, presidente da empresa.

A italiana Enel investiu recordes R$ 9 bilhões no Brasil ano passado entre investimentos e aquisições como de uma hidrelétrica na fronteira entre Minas Gerais e São Paulo e de uma distribuidora em Goiás. “Há muitas oportunidades no Brasil como em energia renovável, mas em alguns setores como distribuição seria preciso adotar critérios que considerem as diferenças regionais e a adoção de novas tecnologias”, ressaltou Carlo Zorzoli, presidente da empresa.

Fonte: Governo do Brasil

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