Incentivados pelo tamanho de seu mercado interno e diversidade de oportunidades de negócios, o Brasil sempre fez parte da estratégia de expansão global de empresas americanas. De acordo com dados do Banco Central, os Estados Unidos são o país com maior volume de Investimento Direto no País (IDP), totalizando US$ 103,6 bilhões em 2016, 22% do investimento recebido do mundo todo pelo Brasil.
As reformas realizadas recentemente pelo Governo do Brasil, como a trabalhista e as mudanças nas regras no setor de petróleo e energia, têm intensificado ainda mais o interesse de investidores americanos pelo País.
De acordo com Cassia Carvalho, diretora executiva do Conselho Empresarial Brasil-EUA (Cebeu), empresas e investidores americanos estão enxergando a retomada da economia com muito bons olhos. “O fundamento da economia está mudando, reformas importantes estão acontecendo”, diz.
Criado em 1976, o Cebeu é o mais antigo mecanismo de diálogo empresarial entre os dois países. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) abriga a Secretaria Executiva, em Brasília, e a Seção Americana do Conselho fica sob a administração da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, em Washington.
O conselho organiza uma das sessões paralelas da segunda edição do Fórum de Investimentos Brasil 2018, que será realizado em São Paulo entre os dias 29 e 30 de maio. A sessão terá como tema o “Ambiente regulatório brasileiro: ajustes para aumentar a previsibilidade”, questão essencial para estrangeiros interessados em projetos de longo prazo no país, que precisam de previsibilidade e um ambiente regulatório adequado.
No início de abril, a Câmara dos Deputados instalou uma comissão especial para analisar o projeto da Lei Geral das Agências Reguladoras, uma das 15 propostas do governo federal para melhorar o ambiente econômico no Brasil. A proposição garante autonomia operacional às agências e perfil mais técnico nas diretorias dos órgãos reguladores. O Conselho Brasil-EUA também apoia a iniciativa em tramitação.
Reduzir barreiras
Para atingir seu objetivo de reduzir as barreiras regulatórias e aumentar os investimentos e o comércio entre os dois países, a presidente do conselho recomenda que o governo siga avançando nas reformas que visam reduzir o custo-Brasil e ser cada vez mais “business friendly”. Além da aprovação da Lei Geral das Agências Regulatórias, a diretora executiva do Cebeu cita ainda a necessidade de uma reforma tributária para atrair ainda mais investimentos.
Enquanto isso, os avanços que já foram concretizados e a boa relação do Brasil com os investidores estrangeiros seguem chamando a atenção de empresários dos Estados Unidos. “O Brasil sempre tratou muito bem os investidores, isso traz segurança. (...) É um bom momento para o Brasil passar uma mensagem de confiança para os investidores”, resume.